Em maio de 1968, explode na França o primeiro de uma série de protestos que viriam a mobilizar estudantes em todas as partes do mundo, pois ecoava dentro de todos um enorme desejo de libertação das tradições que impediam a evolução da sociedade naquele momento.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

1968 – FELIZ ANO NOVO!!


Que tudo se realize no ano que vai nascer.
Em janeiro ocorreu a ofensiva Tet que tomou a embaixada norte-americana em Saigon e mais 36 cidades vietnamitas. Protestos contra a guerra do Vietnã se espalharam pelos EUA.
No Brasil, com quatro anos de ditadura, em 28 de março no Calabouço, restaurante central dos estudantes, o jovem Edson Luís de Lima Souto foi assassinado pela polícia. Houve protestos, gritos de “mataram um estudante, podia ser seu filho”, ecoaram pelo centro carioca. Cinqüenta mil pessoas foram ao sepultamento. Uma multidão encheu a igreja da Candelária na missa de sétimo dia e foi brutalmente dispersada pela polícia. Em 26 de junho ocorre a célebre passeata dos cem mil, a maior e última manifestação política contra a ditadura. As reivindicações eram a diminuição da repressão, o fim da censura e a redemocratização do país. Muitas frases foram criadas, como “faça amor, não faça a guerra”, entre outras.
O ano de 1968 foi de êxtase na História. Paz, amor, sexo livre, drogas, tudo deveria ser permitido no ano que não terminou. Estudantes franceses protestaram contra o governo reacionário de Charles De Gaulle. O movimento apoiado pelos trabalhadores parou a França. Paris virou um campo de batalha.
O partido comunista da Tchecoslováquia pregava o “socialismo com face humana”. Suas reformas propostas foram esmagadas por tropas soviéticas numa ação que ficou conhecida como “Primavera de Praga”. Martin Luther King sonhava com uma sociedade racialmente mais justa e foi assassinado em 4 de abril, nos Estados Unidos, o que desencadeou uma onda de protestos naquele país. Nas olimpíadas do México, dois atletas norte-americanos negros subiram ao pódio erguendo o punho, atitude característica do movimento anti-racial denominado Panteras Negras.
A pílula anticoncepcional se espalhou pelo mundo como um liberador revolucionário da sexualidade e ativistas feministas queimava sutiãs, saltos altos e outros acessórios. Além do rock e dos hippies, outras tantas manifestações culturais mexeram com a cabeça da juventude em 1968, como o movimento tropicalista e as peças Roda Viva e Hair.
Em outubro foi dado o golpe fatal com a prisão de 900 participantes do congresso da UNE. Em 13 de dezembro foi promulgado o AI-5 que fechou o Congresso, recrudesceu a censura e suspendeu o “habeas corpus” para crimes políticos. A ditadura no Brasil e em outros países da América Latina, na África e na Ásia continuavam firmes. A luta por democracia, liberdade e justiça social não era moda passageira. Foi um período mágico e revolucionário que mudou o mundo. As leituras sobre 1968 seguem polarizadas até hoje.

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