Em maio de 1968, explode na França o primeiro de uma série de protestos que viriam a mobilizar estudantes em todas as partes do mundo, pois ecoava dentro de todos um enorme desejo de libertação das tradições que impediam a evolução da sociedade naquele momento.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

1968 E OS NOVOS RUMOS DA MÚSICA



Os movimentos de 68 tiveram como trilha sonora nomes consagrados da música mundial. No Brasil e em todas partes do planeta as novas vertentes musicais eram apresentadas em vários festivais e nem sempre bem bem recebidas pelo público. Tom Jobim e Caetano levaram vais e tomates em suas apresentações.
Jimi Hendrix e suas experiências extremas, junto com os Beatles que tinham naquele momento uma mística em volta de suas músicas eram cantadas como hinos por hippies que tinham como ideologia de vida o simples slogan "paz e amor", mas que por trás estavam a liberdade sexual, drogas para uma visão do mundo e o fim dos combates como os do Vietinã.
Aqui no Brasil o Tropicália encarava a ditadura com canções que não tinham limites para misturar antigo e moderno ou clássico e popular. É verdade que os resultados dos movimentos daquela época não foram imediatos mas as conquistas vieram e o legado deles é de grande importância para nós.

''Quem roubou nossa coragem?"

1968! O sonho acabou?
Há vinte anos, alguém dava a resposta dura e realista para tal indagação:

IDEOLOGIA (CAZUZA E ROBERTO FREJAT)
Meu partido
É um coração partido,
e as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos,
Tão barato que eu nem acredito,
Ah, eu nem acredito
Que aquele garoto
que ia mudar o mundo,mudar o mundo
Frequenta agora as festas do ''Grand Monde"

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver

O meu prazer, agora é risco de vida
Meu sex and drugs,não tem nenhum rock'n'roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou,é
Saber quem eu sou

Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo
Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia!Eu quero uma pra viver
Ideologia!Pra viver

68 sonhos



O sonho não acabou, ele vive! Mesmo que um pouco adormecido, ele está em cada um que acredita em alguma mudança das coisas para melhor.
Pode se dizer que em 1968 houve uma epidemia de sonhos pelo mundo inteiro. Os estudantes foram o carro chefe de uma explosão de manifestos em que eles exigiam algo que só é simples nos dias de hoje porque eles o fizeram na década de 60, a revisão dos conceitos e tradições.
Em maio daquele ano, ocorreu o primeiro protesto de estudantes na França, e a partir daí foram protestos de todos os tipos e em vários lugares do mundo. Apesar dos estudantes terem sido os protagonistas de tudo, não podemos esquecer dos operários brasileiros e dos negros e das mulheres ianques.
Dentre vários lideres e ícones de 68, se destaca o pastor ianque Martin Luther King, que fora assassinado neste mesmo ano. Afinal, independente do ano ter sido o de 1968, MLK sempre é lembrado, citado e serve de inspiração quando o assunto é a luta pelo direito da igualdade racial nos EUA e em outras partes do mundo.
Portanto, lembrem-se, aquela pequena insatisfação política ou de outra natureza qualquer, é uma pequena fagulha daquela fogueira que incendiou o mundo em 1968 e inspirou movimentos como o das "Diretas Já" e os "Caras Pintadas", e nos fazem lembrar que não só podemos, mas devemos sim lutar pelos nosso direitos.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Para pensar e... comentar!

Como Nossos Pais
(Belchior)

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi nos livros
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto é melhor
Que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem
A perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está
Fechado pra nós, que somos jovens
Para abraçar seu irmão e
Beijar sua menina, na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio
E a sua voz
Você me pergunta pela minha emoção
Digo que estou encantada
Com urna nova invenção
Eu vou ficar nessa cidade
Não volto mais pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
Eu sei de tudo da ferida viva
No meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua
Cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória
Essas lembranças é o quadro
Que dói mais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo
Tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmo e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que estou por fora
Ou então que estou inventando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus
Contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar
De termos feito tudo, tudo, tudo que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos ...

1968 - Elas fizeram e nós?


Em 1968, os jovens do mundo inteiro,indignados com as condições impostas nesse período vão as ruas lutar por suas utopias.
No Brasil, vivia se numa época em que a Ditadura Facista comandava.Então os jovens se uniram para lutar contra esse poder, mas lutar sem armas nas mãos, apenas carregavam os corações cheios de ideais libertadores e a mente livre de preconceitos.
Gostaria de destacar nesse contexto a presença das mulheres, sim das "fragéis" e discriminadas mulheres.
Mulheres que mesmo sem valor da sociedade, se levantaram e se uniram contra esse facismo, por uma sociedade mais justa pra todos, uma sociedade com mais espaço pra elas, pra nós.
Lutaram contra o autoritarismo dos pais, do sistema, para poderem estudar, usar calças compridas, minisaias e pela liberdade de seu corpo.
Na época foram julgadas e torturadas por isso.E infelizmente não viram resultados naquele momento, porém nós podemos usufruir de algumas das conquistas delas, podemos por exemplo estudar, e temos um grande espaço na sociedade.
Mas ainda existe discriminação, de uma sociedade não mais facista, e sim machista, que ainda como aqueles de 1968 julgam as mulheres pela sua roupa e valorizam pelo seu corpo.Por isso devemos hoje dar continuidade a luta dessas mulheres, talvez não mais com passeatas e lutas nas ruas, mas dentro de nossas casas, nosso trabalho, nossas escolas, mostrando aos que nos rodeiam o nosso valor intelectual, nosso poder de pensar e agir não como seres fragéis, mas como seres humanos sensíveis.Mostrar que não somos apenas corpos esculpidos pela natureza que eles podem usar, mas que temos autonomia para usar também.
Enfim lutar para ter nossos direitos e espaços não como mulheres, seres diferentes dos homens, mas como seres iguais com a mesma competência, habilidade e inteligência(se não com mais).

quarta-feira, 11 de junho de 2008

1968 – FELIZ ANO NOVO!!


Que tudo se realize no ano que vai nascer.
Em janeiro ocorreu a ofensiva Tet que tomou a embaixada norte-americana em Saigon e mais 36 cidades vietnamitas. Protestos contra a guerra do Vietnã se espalharam pelos EUA.
No Brasil, com quatro anos de ditadura, em 28 de março no Calabouço, restaurante central dos estudantes, o jovem Edson Luís de Lima Souto foi assassinado pela polícia. Houve protestos, gritos de “mataram um estudante, podia ser seu filho”, ecoaram pelo centro carioca. Cinqüenta mil pessoas foram ao sepultamento. Uma multidão encheu a igreja da Candelária na missa de sétimo dia e foi brutalmente dispersada pela polícia. Em 26 de junho ocorre a célebre passeata dos cem mil, a maior e última manifestação política contra a ditadura. As reivindicações eram a diminuição da repressão, o fim da censura e a redemocratização do país. Muitas frases foram criadas, como “faça amor, não faça a guerra”, entre outras.
O ano de 1968 foi de êxtase na História. Paz, amor, sexo livre, drogas, tudo deveria ser permitido no ano que não terminou. Estudantes franceses protestaram contra o governo reacionário de Charles De Gaulle. O movimento apoiado pelos trabalhadores parou a França. Paris virou um campo de batalha.
O partido comunista da Tchecoslováquia pregava o “socialismo com face humana”. Suas reformas propostas foram esmagadas por tropas soviéticas numa ação que ficou conhecida como “Primavera de Praga”. Martin Luther King sonhava com uma sociedade racialmente mais justa e foi assassinado em 4 de abril, nos Estados Unidos, o que desencadeou uma onda de protestos naquele país. Nas olimpíadas do México, dois atletas norte-americanos negros subiram ao pódio erguendo o punho, atitude característica do movimento anti-racial denominado Panteras Negras.
A pílula anticoncepcional se espalhou pelo mundo como um liberador revolucionário da sexualidade e ativistas feministas queimava sutiãs, saltos altos e outros acessórios. Além do rock e dos hippies, outras tantas manifestações culturais mexeram com a cabeça da juventude em 1968, como o movimento tropicalista e as peças Roda Viva e Hair.
Em outubro foi dado o golpe fatal com a prisão de 900 participantes do congresso da UNE. Em 13 de dezembro foi promulgado o AI-5 que fechou o Congresso, recrudesceu a censura e suspendeu o “habeas corpus” para crimes políticos. A ditadura no Brasil e em outros países da América Latina, na África e na Ásia continuavam firmes. A luta por democracia, liberdade e justiça social não era moda passageira. Foi um período mágico e revolucionário que mudou o mundo. As leituras sobre 1968 seguem polarizadas até hoje.